Bacia Taquari-Antas: Estudo alerta para excesso de fósforo nos rios

Legenda: Cerca de 50 pessoas participaram da reunião em Nova Araçá
Crédito: divulgação
O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas está com o sinal de alerta ligado no que tange à presença de fósforo (P) em seus rios. E os motivos dessa preocupação são reiterados e evidenciados por meio de estudo feito pelo Instituto de Saneamento Ambiental (Isam), da Universidade de Caxias do Sul (UCS). As principais informações do levantamento que abrange 31 municípios da Bacia Taquari-Antas foram apresentadas em reunião do colegiado realizada sexta-feira, dia 26, em Nova Araçá. Os professores da UCS, Vania Elisabete Schneider e Ludmilson Abritta Mendes, explicaram a origem, a disseminação e as consequências da presença do elemento químico nos mananciais destas cidades, as quais pertencem ao Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra). No total, a Bacia Taquari-Antas engloba 119 municípios gaúchos.
Entre os fatores apontados para a alta carga do nutriente estão os esgotos domésticos e as atividades econômicas tanto no campo como na cidade, as quais direcionam seus resíduos para drenagem nos rios. O estudo também revela que em alguns deles, as concentrações de fósforo já superam o limite máximo para os usos da água definidos pelo enquadramento do Plano da Bacia Taquari-Antas. Aliás, quando do diagnóstico do Plano e análise dos corpos hídricos, foram detectadas concentrações do nutriente elevadas, porém com origem diferente do apontado pelo estudo da Isam. “Naquele momento se cogitou que este poderia ser natural. No entanto, na apresentação dos professores da UCS, considerando seus estudos, a concentração de fósforo de forma natural na composição geológica da bacia Taquari-Antas é baixa”, destaca a secretária executiva do Comitê, Cíntia Agostini.
Inúmeros são os impactos causados pelo fósforo. Ele é nutriente essencial para a proliferação de plantas aquáticas, as quais são responsáveis pela eutrofização. Esse fenômeno promove a floração de algas, crescimento excessivo da vegetação, proliferação de mosquitos e insetos, mortandade de peixes, entre outros efeitos. Em consequência disso, têm-se maiores custos no tratamento das águas para abastecimento humano, animal e industrial.
Caso não sejam feitas intervenções, a tendência é a geração de fósforo se elevar, tendo em vista o crescimento da população, a expansão das áreas urbanas e o aumento do rebanho. E isso irá se refletir na qualidade das águas, cujo uso pode ser até inviabilizado para o consumo humano se levadas em conta as classes estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Para que seja amenizado o problema do fósforo na Bacia, o Comitê entende que as medidas de intervenções recomendadas no enquadramento do Plano da Bacia Taquari-Antas devam ser implantadas. Além disso, o estudo do Isam sugere a realização de pesquisas para a definição dos padrões de lançamento de fósforo nos mananciais.
Comitê também estuda o fósforoPara aprofundar os conhecimentos em relação ao fósforo, o Comitê criou um grupo de trabalho que se detém em estudar a relação do nutriente com as águas, bem como entender sua origem. O resultado destas pesquisas irá ajudar a nortear a fase C do Plano da Bacia Taquari-Antas.

Comentários