Com a meta de imunizar quase 14 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos e deixar ainda mais longe uma eventual ameaça de febre aftosa, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, abriu oficialmente na última quinta-feira (1º/05), em Soledade, Região do Alto Botucaraí, na propriedade de Régis da Rocha, a campanha oficial de vacinação contra uma das principais doenças que podem afetar o rebanho e a economia.
A primeira etapa vai até 31 de maio, e os produtores têm até 6 de junho para comprovar a vacinação junto às inspetorias da Secretaria da Agricultura. Pecuaristas e agricultores familiares enquadrados nos critérios do Pronaf recebem doses gratuitas do Estado. Foram investidos R$ 8,5 milhões na aquisição de 5,5 milhões de vacinas.
Livre da doença há 14 anos, desde os últimos casos registrados no município de Jóia, o RS se encaminha para tornar-se zona livre de aftosa sem vacinação, status que atualmente só Santa Catarina possui. Para atingir a meta, o governo está dando os passos necessários que levarão aos melhores e mais exigentes mercados consumidores do mundo, como o Japão, por exemplo, que paga em torno de 30% a 40% a mais em relação a outras regiões.
Investimentos na defesa sanitária
De um lado, está o Estado está modernizando o sistema de defesa agropecuária em parceria com o Governo Federal. Num investimento de R$ 60 milhões, reestruturará as 248 inspetorias – das quais 125 já foram entregues -, contratou por concurso público 130 novos fiscais agropecuários para atuar no interior, adquiriu mais de 150 veículos para inspeção e fiscalização e equipou as unidades com móveis e computadores.
De outro, o governo articula com entidades representativas do setor a implantação da identificação individual do rebanho, o primeiro passo que levará à chamada rastreabilidade, outro fator de cobrança tanto de importadores como dos próprios consumidores que, cada vez mais, querem saber como são produzidos os alimentos.
Em 2014, há estimativa de novo recorde brasileir das exportações globais do segmento de carnes. Em 10 anos, o setor cresceu 40%. O Brasil é o maior exportador de carne bovina e de frango no mundo, e o quarto de suínos.
No RS, a cadeia tem papel importante no total das exportações do agronegócio. Ano passado, vendeu para fora 920 mil toneladas, acumulando faturamento de US$ 1,9 bilhão.
Prejuízos da aftosa
Nos anos de 2000 e 2001, foram registrados 52 focos confirmados de febre aftosa em diversos municípios do RS. Houve sacrifício de mais de 26 mil animais e gasto de aproximadamente R$ 11 milhões em ações sanitárias para a contenção da doença, além das perdas econômicas geradas pelo impedimento da venda de produtos de origem animal e vegetal, lembrou o secretário estadual da Agricultura, Cladio Fioreze.
A consequência imediata do ressurgimento da aftosa resultou em queda de 34% nas exportações gaúchas de carne bovina in natura. “Por isso, a conscientização de todos, especialmente dos produtores, quanto à importância da prevenção é fundamental para evitarmos uma nova ocorrência da doença e avançarmos no próximo período, chegando, num futuro próximo, a ser zona livre sem vacinação”, disse Fioreze.
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