Oscar Ló e o novo presidente do IBRAVIN


irceu Scottá, representante da indústria passa o cargo de presidente do
 Conselho Deliberativo para Oscar Ló, que representa as cooperativas,
 tendo como  vice-presidente Marcio Ferrari, que fala pelos viticultores
Foto: Dany Marchetti



Presidente da Fecovinho, Oscar Ló, e Marcio Ferrari, representando os sindicatos de trabalhadores rurais, foram conduzidos aos cargos de presidente e vice-presidente o para o biênio 2018/2019. De saída da presidência, Dirceu Scottá avalia os dois anos marcados por safras históricas e conquista do Simples Nacional para o setor
O advogado e administrador Oscar Ló foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) para o biênio 2018/2019. Ló é presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e foi indicado pela entidade para o cargo. O agricultor Marcio Ferrari, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Farroupilha e coordenador da Comissão Interestadual da Uva, foi conduzido à vice-presidência para o período. A eleição segue o rodízio de entidades na direção do instituto e ocorre por consenso dos titulares.
O novo presidente - que ocupava a vice-presidência do Ibravin nos últimos dois, ao lado de Dirceu Scottá - projeta como uma das principais metas para o próximo biênio a inclusão de centenas de micro e pequenas vinícolas, que, segundo ele, será possível com a entrada em vigor do Simples Nacional para o setor e com a regulamentação da Lei do Vinho Colonial. "Está no nosso radar o trabalho de estímulo à formalização destas empresas, para que também possam acessar novos mercados, gerar receita e estarem devidamente regularizadas e aptas para atuarem", antecipa. Oscar Ló cita como desafio a retomada do crescimento das vendas no mercado interno, bastante afetado pela crise econômica e pela quebra de safra de 2016. "Para que isso ocorra precisamos investir ainda mais na promoção dos nossos produtos, para que a informação sobre a qualidade dos nossos vinhos chegue ao consumidor", receita.
Como representante das cooperativas no Conselho Deliberativo do Ibravin, Ló defende este modelo de produção, a busca constante pelo diálogo entre todos os elos da cadeia produtiva e uma valorização do produtor que trabalhe para entregar uma matéria-prima de qualidade. "Temos uma preocupação com a sustentabilidade do setor. A remuneração justa para o produtor que se preocupa com a qualidade da uva e que se especializa no cultivo de determinadas variedades ajuda na manutenção dos jovens no campo", acredita.
Ferrari acrescenta a implementação do Cadastro Vitivinícola Nacional e a necessidade de ampliar a fiscalização de vinhos - tanto nacionais quanto importados - como outras prioridades do setor para 2018 e 2019. "Precisamos coibir a entrada de produtos adulterados, que não seguem os padrões da legislação brasileira e internacional sobre vinhos, combater o contrabando que acaba colocando produtos em território brasileiro sem pagamento de impostos e, muitas vezes, de baixa qualidade", propõe.
Eleito vice-presidente, o agricultor Marcio Ferrari enxerga o fomento à assistência técnica para os produtores como um dos grandes objetivos para o próximo período. Ele acredita que a qualificação da produção passa pela consultoria de técnicos junto aos viticultores, muitas vezes atendidos apenas por vendedores de insumos ou de agroquímicos. "Uma das alternativas para termos recursos é por meio do Programa de Modernização da Vitivinicultura (Modervitis). É fundamental o acesso a novas tecnologias para produzirmos matéria-prima de qualidade, sermos remunerados de forma justa por essa entrega e, consequentemente, essa qualidade chega ao produto final que é destinado aos consumidores", resume. ANOS MARCADOS POR SAFRAS HISTÓRICAS E SIMPLES NACIONAL PARA VINÍCOLAS
Os anos de 2016 e 2017 ficarão registrados na história em função de duas safras atípicas, com quebra de 57% no primeiro e recorde no segundo período. O enólogo Dirceu Scottá, que ocupou a presidência do Ibravin nos últimos dois anos, ao fazer um balanço de sua gestão, concorda com a avaliação do novo presidente, Oscar Ló, e aponta a oficialização do Simples Nacional para o setor como uma das grandes conquistas do biênio. Scottá acrescenta o crescimento do enoturismo, os ganhos de imagem do vinho brasileiro nos mercados interno e externo e a consolidação dos espumantes e do suco de uva 100% como itens que podem ser comemorados. O dirigente também cita os grandes eventos que foram realizados no período, o 39º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho e o III Simpósio Vinho e Saúde, como fundamentais tanto para a divulgação do Brasil como um importante país produtor e para a propagação dos benefícios dos produtos vitivinícolas para a saúde. "Tivemos grandes vitórias, mas precisamos avançar muito ainda quando pensamos em competividade. Temos uma carga tributária que representa mais de metade do valor do produto e entraves com a logística por estarmos num país de dimensões continentais. Também precisamos estimular ainda mais o acesso a novas tecnologias e a qualificação da matéria-prima", sugere.
Scottá também menciona como avanços a criação dos comitês de Enoturismo, de Indicações Geográficas, de Espumantes e de Logística Reversa, que, segundo ele, são importantes para o debate e encaminhamento de ações para o desenvolvimento setorial. O dirigente destaca, ainda, a presença de vinhos brasileiros na mídia nacional, seja em programas jornalísticos ou de entretenimento, a ampliação das ações de qualificação setorial através do Programa Alimentos Seguros - PAS Uva para Processamento, em parceria com Senar (para viticultores) e Sebrae (para as micro e pequenas vinícolas). "Encerramos nossa gestão com um trabalho fundamental de revisão do Posicionamento Estratégico das marcas coletivas Vinhos do Brasil, 100% Suco de Uva do Brasil e Wines of Brasil, buscando um alinhamento para a comunicação setorial e a retomada do crescimento nas comercializações no mercado interno", conclui. ENTENDA O FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS GESTORES DO IBRAVIN O Conselho Deliberativo do Ibravin é formado 11 titulares e 11 suplentes indicados por oito entidades representantes da indústria, das cooperativas e dos produtores rurais - que se revezam na presidência -, mais o governo do Rio Grande do Sul. O grupo se reúne pelo menos uma vez por mês para discutir as demandas do setor e as ações do Ibravin. A cada dois anos ocorre a eleição para a presidência e vice-presidência do Conselho. A administração das verbas do Ibravin é acompanhada pelo Conselho Fiscal, formado por três membros, indicados pelo Conselho Deliberativo. Os Conselhos Fiscal e Deliberativo são eleitos em Assembleia Geral.
Suplente: René Ormazabal Moura (representando a Associação de Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha)
Os Conselhos Gestores do Ibravin são compostos pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Comissão Interestadual da Uva, Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi/RS), Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho/RS), Sindicato Rural de Caxias do Sul (Sindrural-Caxias) e União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra). COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DELIBERATIVO DO IBRAVIN 2018/2019 Comissão Interestadual da Uva Titulares: Marcio Ferrari e Mércia Fugalli Suplentes: Cedenir Postal Moacir Mazzarollo Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) Titulares: Oscar Ló e Hélio Marchioro Suplentes: Hermínio Ficagna e Ismar Pasini União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) Titular: Deunir Argenta Suplente: Gregório Salton Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi) Titular: João Carlos Zanotto Suplente: Leocir Luvison Associação Brasileira de Enologia (ABE) Titular: Carlos Abarzúa Suplente: Dirceu Scottá Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho/RS) Titular: Gilberto Pedrucci Suplente: Eurico Benedetti Sindicato Rural de Caxias do Sul (Sindrural-Caxias) Titular: Renato Antônio Formolo Suplente: Antônio Pedro Michelon Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi/RS) Titular: Ricardo do Nascimento Suplente: Adoralvo Schio Conselho Consultivo
Titular: Daniel Panizzi (representando a Associação de Produtores de Vinhos de Pinto Bandeira - Asprovinho)

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