Incra e Embrapa debatem agenda estratégica para a reforma agrária

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – autarquia ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário –, Carlos Guedes, e o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, reuniram-se, em Brasília, para debater formas de atuação conjunta para desenvolver o Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) no País. A proposta interinstitucional é atuar em três eixos prioritários: Gestão Territorial, Transferência de Tecnologia e Gestão de Pessoas. Será formado um grupo de trabalho com técnicos do Incra e da Embrapa para desenhar as ações e apresentá-las em 60 dias.
Guedes apontou que os assentamentos da reforma agrária representam 87 milhões de hectares e abrigam cerca de um milhão de famílias rurais em todo o Brasil. Embora tenha conhecimento físico e cartográfico dessas áreas, o Incra enfrenta dificuldade para interpretar e acompanhar o uso da terra. “As 47 unidades da Embrapa e suas pesquisas são fundamentais para nos ajudar a qualificar nossos estudos de capacidade produtiva, qualidade da produção e geração de renda”, ressaltou Guedes.
O presidente propôs ainda a criação, juntamente com a Embrapa, de um índice de sustentabilidade para as áreas de reforma agrária. Ele lembrou que os números não podem ser iguais ao da produção em larga escala para mostrar a eficiência da atuação do assentado. “Temos que criar um método que não contabilize somente renda, mas que leve em consideração a qualidade de vida da família e a preservação dos recursos naturais”, exemplificou. Para dar uma ideia da importância desse indicador, Guedes observou que dos 31 milhões de hectares de florestas preservadas na Amazônia, 17 milhões são áreas de assentamento.
Tecnologia e Formação O Incra também manifestou interesse que os resultados das pesquisas da Embrapa cheguem aos três mil técnicos que prestam Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) a cerca de 280 mil famílias assentadas em diferentes regiões. O presidente da Embrapa adiantou que a empresa assume o compromisso de treinar multiplicadores das inovações produtivas no campo. Maurício Lopes informou que está em fase de implantação uma plataforma web para disponibilizar os estudos científicos da Embrapa.
Diante da construção dessa plataforma web pela Embrapa, Guedes adiantou que o Incra exigirá das empresas prestadoras de assistência técnica que elas disponibilizem aos seus técnicos smartphones e tablets para que eles tenham acesso ao sistema. Conhecida pelo incentivo à capacitação e treinamento do seu quadro,  a Embrapa compartilhará sua experiência em programas de formação profissional com o Incra, que no momento implementa sua Escola de Governo. 

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