Sintomas da ‘sarna da macieira’ em frutos novos.
Foto: Rosa
Maria Valdebenito Sanhueza/Divulgação.
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Nos
últimos anos, as substâncias usadas no controle do fungo Venturia
inaequalis,
causador da ‘sarna da macieira’, vêm perdendo efetividade. Isso
se dá por conta do desenvolvimento, pelo Venturia,
de resistência a vários dos princípios ativos dos fungicidas
utilizados em seu manejo. E trata-se de um problema que não fica
circunscrito ao Brasil: pomicultores em todos os países encontram-se
diante do quadro.
Debater
a respeito é a proposta do Seminário
sobre resistência de patógenos da macieira aos fungicidas –
conceitos, mecanismos e detecção,
que acontece dia 2 de julho, em Vacaria (RS), na Casa do Povo. Em uma
promoção conjunta de Embrapa e Proterra – Engenharia Agronômica,
o evento (confira
programação abaixo)
contará com palestras sobre a resistência do Venturia
inaequalis
nos principais polos produtores no Brasil e também nos EUA. Para
isso, o Seminário contará com presença internacional: o
pesquisador Kerik Cox, da Universidade de Cornell, EUA. A indústria
de fungicidas também estará presente, por meio de representante da
Basf.
“Para
controlar o fungo, o produtor hoje é obrigado a usar um maior número
de aplicações, mas de produtos menos eficazes, justamente por conta
do desenvolvimento da resistência”, explica a fitopatologista Rosa
Maria Valdebenito Sanhueza, pesquisadora da Proterra. “Quando outro
grupo de princípio ativo para controle de Venturia
inaequalis estiver
disponível,
o que deve vir a ocorrer em 2014, temos que ter muito bem definida a
estratégia de uso, para não se correr o risco de o fungo novamente
vir a apresentar resistência”, acrescenta.
Nesse
sentido, ressalta Rosa, é imprescindível que o Seminário
conte
com representação de toda a cadeia produtiva. “O desenvolvimento
de resistência a princípios ativos, como nesse caso, é de
responsabilidade de todos – de quem produz, de quem vende, de que
recomenda e de quem usa fungicidas”, reforça a fitopatologista. De
acordo com ela, “se não for controlada, a ‘sarna da macieira’
pode causar perda total da safra e ainda comprometer a produção do
ano seguinte”. A fitopatologista observa que a ênfase do evento
será o debate sobre a Venturia,
mas a situação de resistência aos fungicidas de outros patógenos
da macieira será também abordada, casos do Penicillium
expansum,
do Botrytis
cinerea
e do Glomerella
cingulata.
Para
participar –
Inscrições para o evento – ao custo de R$ 30,00 a R$ 100,00,
dependendo da categoria do participante e da data de quitação do
credenciamento (com desconto no caso de pagamento efetuado até as
17h do dia 28) – devem ser feitas pela internet, em
http://www.cnpuv.embrapa.br/ eventos/semfito2013/ inscricoes.php.
O
Seminário
tem o patrocínio das associações Brasileira de Produtores de Maçã
(ABPM) e Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi), das empresas
Basf e Dupont e do comitê Brasil Frac.
Mais
informações sobre o evento, voltado a produtores, técnicos
vinculados ao setor, extensionistas e estudantes, com a analista da
Embrapa Uva e Vinho Mônica Pieniz, pelo telefone (0xx54) 3455.8087.
Programação
‘Seminário sobre resistência de patógenos da macieira aos
fungicidas – conceitos, mecanismos e detecção’
Dia
2 de julho, na Casa do Povo (rua Borges de Medeiros, 1.987, bairro
Glória), em Vacaria, sob coordenação da pesquisadora da Embrapa
Uva e Vinho Patrícia Ritschel e da fitopatologista Rosa Maria
Valdebenito Sanhueza (Proterra – Engenharia Agronômica)
8h
às 8h30 – inscrições;
8h30
às 9h – abertura;
9h
às 10h – palestra ‘Histórico da resistência de patógenos na
macieira’. Ministrante: Rosa Maria Valdebenito Sanhueza (Proterra –
Engenharia Agronômica);
10h
às 10h30 – intervalo, com degustação de suco de maçã da
Embrapa;
10h30
às 12h – palestra ‘Resistência dos patógenos da macieira aos
fungicidas nos EUA – situação atual’. Ministrante: Kerik Cox
(Universidade de Cornell, EUA; com tradução simultânea);
12h
às 13h30 – almoço;
13h30
às 14h30 – palestra ‘Resistência de Venturia
inaequalis
aos fungicidas em Santa Catarina’. Ministrantes: Yoshinori
Katsurayama e José Itamar Boneti (Epagri);
14h30
às 16h30 – palestra ‘Resistência de Venturia
inaequalis
aos fungicidas nos EUA’. Ministrante: Kerik Cox (Universidade de
Cornell, EUA; com tradução simultânea);
16h30
às 16h45 – intervalo, com degustação de suco de maçã da
Embrapa;
16h45
às 18h – painel ‘Visão e estratégias das empresas detentoras
de moléculas de fungicidas quanto à detecção e prevenção da
resistência’. Ministrante: representante da Basf Ronaldo
Rodrigues;
18h
– encerramento.
Fonte:Giovani Antonio Capra, jornalista - Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
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