Weber diz que Plano Safra avança, mas não o suficiente

 Ao avaliar o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar, o presidente da Fetag, Elton Weber, destacou de forma positiva a ampliação dos recursos em R$ 3 bilhões, passando de R$ 18 bilhões para R$ 21 bilhões, embora a expectativa era que chegasse a R$ 25 bilhões. A redução dos juros em 0,5% também foi considerada importante, mas para ele poderia ser ainda maior. Em relação à renda de enquadramento do Pronaf, que é de R$ 320 mil, incluindo os rebates nas mais diversas atividades, passando para R$ 360 mil, não existe mais o rebate por produto. “Isso poderá, inclusive, apresentar alguma dificuldade em determinadas atividades de produção, principalmente na questão dos integrados”, justifica. (ou mesmo naquelas em que o volume de produção é maior e agregado ao preço do produto.)
No que diz respeito ao limite de custeio, que passou de R$ 80 mil para R$ 100 mil, Weber considerou satisfatório, bem como o investimento, que saltou de R$ 130 mil para R$ 150 mil. Ao mesmo tempo, quanto às políticas de garantia de renda, as quais a Fetag considera tão importantes quanto o crédito, ainda permanecem tímidas. “No Programa de Garantia de Preços Agricultura Familiar (PGPAF), a princípio, não houve evolução, com exceção para algum produto que o governo tenha interesse. No Proagro Mais não houve alterações. O seguro para produção própria, que não foi financiada pelo banco, se a lavoura custou R$ 20 mil e o agricultor desembolsar R$ 15 mil, só terá garantia para o que tirou no banco”, observa.
Ainda foram contempladas inovações no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com a ampliação do limite de aquisição anual por família, que passou de R$ 4,5 mil para R$ 5,5 mil. No caso das famílias ligadas às cooperativas, o teto subiu de R$ 4,8 mil, na última safra, para 6,5 mil. Quando os projetos de venda forem formados por, pelo menos, 50% dos cooperados com baixa renda e quando os produtos forem exclusivamente orgânicos, agroecológicos ou da sociobiodiversidade, o limite por família passa a ser de R$ 8 mil. E, ainda, avanços para agroindústrias e agroturismo, especialmente quanto a enquadramento previdenciário.
Sobre a Agência Nacional de Extensão Rural (Anater) disse que não ficou claro a forma de funcionamento. “A Fetag tem interesse de que venham recursos para a assistência técnica oficial, como é o caso da Emater. Além disso, também o movimento sindical quer, por meio de cooperativas, a exemplo da Sepé Tiaraju, que tem atuado junto à Fetag, que haja mais recursos para essas instituições não-oficiais”, completa. Todos os anúncios dependem de resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN), que são aguardados para os próximos dias.
Fonte: Fetag

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