Políticas públicas garantem volta de jovem ao campo

A vida da família Veit tem melhorado nos últimos anos. O trabalho na terra está estável, a renda aumentou e, o melhor de tudo para eles, o filho Odair, 24 anos, que tinha saído de casa para trabalhar na cidade, pôde voltar. Para que todas essas mudanças fossem possíveis, para José, Cecília e Odair, as políticas públicas do Governo Federal para a agricultura familiar foram essenciais.
Há 25 anos trabalhando na terra que herdou no município de Bom Princípio, na Serra Gaúcha, José, 52 anos, chegou a pensar em desistir da vida no campo. “Tempos atrás as coisas estavam muito difíceis. Cheguei a pensar em sair daqui e ir para a cidade trabalhar”, conta. Hoje ele não pensa mais nessa possibilidade. Pelo contrário, com a melhoria nas condições de produção, Odair, que ficou cinco anos na cidade, pôde voltar para casa.
O jovem está confiante com a volta e cheio de ideias para melhorar ainda mais os negócios. Uma delas é ampliar a área de plantio. “Lá eu era apenas empregado, aqui eu sou produtor, empreendedor e negociador”, comemora Odair. O jovem está tão animado que decidiu aprender novas técnicas e está fazendo o curso de Agricultor Familiar, oferecido pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego no Campo (Pronatec Campo), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, no Campus Feliz. “Estou apenas no começo, mas tenho grandes expectativas”, afirma.
Os Veit vivem e produzem em cinco hectares – área equivalente a cinco campos de futebol – e a produção chega a 25 itens, entre hortaliças, verduras, frutas. A renda líquida mensal da família triplicou nos últimos seis anos. De tudo o que plantam, o que mais dá orgulho a eles são os morangos. Plantados em substrato, cultura popularmente conhecida como semi-hidropônica, e sem uso de agroquímicos, os morangos demandam cerca de cinco horas diárias de dedicação. O modelo ainda é novo, e a família é uma das primeiras a trabalhar desta forma no município. Mas os resultados já são bons.
Os morangos orgânicos são vendidos a um valor de 60% a 70% mais alto que os convencionais, e têm mercado o ano inteiro. A família tem 7,5 mil mudas plantadas, de cinco variedades, cada uma produz em média 800 gramas de frutos anualmente. A produção, em grande parte, é vendida em feiras livres na Serra Gaúcha.
Outra importante forma de comercialização é a venda da produção, inclusive, os morangos, para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que representa um mercado certo e garante renda para a família todos os meses. “É um dinheiro com o qual a gente pode contar”, esclarece José.
Para que as coisas ficassem como estão, uma das ações de maior impacto para mudar a realidade da família Veit foi o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Desde a linha de custeio, para compra de sementes e insumos, até o Mais Alimentos, que serviu para aquisição de um microtrator, um trator e, este ano, de uma camionete para o transporte dos produtos. “Eu trabalhei por muitos anos sem conseguir comprar nenhuma máquina para ajudar, agora está muito mais fácil”, conta José.

Fonte: MDA

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