Grupo de trabalho internacional visita cooperativas de agricultores familiares no Sul

Representantes de dez países e, também, do Brasil visitaram duas cooperativas de agricultores em São Lourenço do Sul (RS), no terceiro dia da IV Reunião do Grupo de Trabalho para os Artigos 17 e 18 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.
A região, que tem forte produção de tabaco, possui uma rede de oito cooperativas e associações que desenvolvem trabalho para a diversificação da produção dos agricultores familiares. A ação da rede tem o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Programa de Diversificação da Produção em Áreas Cultivadas com Tabaco, coordenado pelo MDA. 
“A rede de parceiros representativos dos agricultores assegura a possibilidade de realizar o projeto de diversificação na região”, diz Rita Surita, coordenadora da Cooperativa de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), de São Lourenço do Sul. “Nos últimos 20 anos, estamos vendo uma mudança de realidade, de uma região que produzia alimentos e, agora, essa produção tem sido afetada pela cultura do tabaco”, descreve Surita. Ela conta que, diante desta realidade, a rede de cooperativas passou a trabalhar em parceria com os agricultores locais para identificar seus problemas e buscar potencialidades da região. 
Rita apresentou, na manhã desta quarta-feira (2), o projeto de Ater em Rede para a promoção da diversificação produtiva e sustentável da agricultura familiar em áreas cultivadas com tabaco em municípios do Território da Cidadania Zona Sul do Estado, no Rio Grande do Sul. Neste trabalho, as famílias se envolvem na produção de alimentos com base na agroecologia. 
Debates “A partir de debates com os territórios fumageiros, o MDA identificou formas de promover a diversificação”, explica o diretor de Geração de Renda do MDA, Nilton Pinho de Bem. Ernesto Martinez, agrônomo da Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar), acrescenta: “Por meio de subsistemas (como do leite ou da fruticultura) e do trabalho da cooperativa, o agricultor se insere no mercado”, explica. 
Tiago Klug, representante da Fetraf-Sul, aponta que a merenda escolar tem sido um mercado importante para os alimentos produzidos pelos agricultores. Sobre o processo da diversificação, ele observa: “O agricultor trabalha muito na cultura do tabaco e buscamos oportunidades de produção. O processo inclui a introdução de culturas e o acesso ao mercado, seja na fruticultura, na produção de hortaliças e do leite”, afirma. 
Ainda nesta quarta-feira (2), o grupo visita uma agroindústria de leite que integra o projeto de diversificação produtiva na região, além de conhecerem duas propriedades de agricultores atendidos pelo Programa. 

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