Estratégias de formação de pastagem para aliviar início e fim da estiagem

Com a evolução da pecuária, acelerada, sobretudo, pelo avanço de outras culturas sobre áreas de pastagens, nas fazendas de cria, recria e engorda não se pode mais escolher o capim a ser plantado considerando apenas a fertilidade do solo. Para ser mais eficiente na estratégia de compor e estocar forragem, o proprietário ou o técnico responsável deve ter informação sobre época de florada, categoria animal a ser manejada e qual o grau de digestibilidade da forrageira.
Um problema comum em fazendas cujas pastagens são compostas em sua maioria por Braquiarão, por exemplo, é a dificuldade para alimentar o gado na época da seca. “O Braquiarão produz sementes na entrada da seca, então, se a fazenda é formada 90% com essa mesma forrageira, toda ela seca de uma vez”, relaciona o engenheiro agrônomo Osmair Nogueira, gerente comercial da Sementes Bonamigo.
Nogueira explica que isso é parte do ciclo (maturação) da planta. “A Brachiaria brizantha Xaraés (MG-5), por exemplo, é mais tardia. Então pode secar o Braquiarão que o MG-5 ainda não soltou cachos e você tem 30 a 40 dias a mais de pasto bom”, indica o agrônomo.
Osmair lista ainda outras opções para que o pecuarista diversifique seus pastos, se preparando para a entrada e a saída da seca. “A Brachiaria decumbens dá sementes 30 a 40 dias antes do Braquiarão. O MG-4 também completa o ciclo antes. Já o capim Piatã é bem mais precoce. Todo capim que sementeia antes do Braquiarão tende a permanecer verde mesmo quando para de chover. A planta percebe que não precisa mais secar para dar semente, então ela continua vegetando”, sintetiza Osmair Nogueira.
A estratégia recomendada pelo agrônomo nesse caso é corrigir a entrada da seca, cultivando forrageiras mais precoces ou tardias enquanto o Braquiarão está secando. “O problema não é a seca em si, mas a entrada e a saída dela. Depois que o capim está seco, sobra o feno em pé que serve de alimento para o gado”, lembra Nogueira.
Outro item importante para o pecuarista levar em conta dentro do plano nutricional é: quais os piquetes atenderão cada categoria animal na fazenda?. “É preciso saber qual animal vai comer quais tipos de pastagem e com qual finalidade”, sentencia o gerente comercial. “Hoje, temos cinco tipos de Brachiaria brizantha que vão bem no mesmo tipo de solo, basicamente com as mesmas exigências de fertilidade, mas que divergem quanto à digestibilidade”, completa. Segundo Nogueira, para que cumpra sua função, não basta o capim ser produtivo, mas sim qual é o seu grau de digestibilidade. Existem espécies de forrageiras que são resistentes às intempéries e cuja produtividade é elevada, mas o consumo por parte dos animais é baixo, prejudicando o ganho de peso individual.
Mercado, integração e produção sustentável
O engenheiro agrônomo Osmair Nogueira poderá solucionar eventuais dúvidas dos produtores durante oCONFINAR 2014, simpósio realizado em parceria entre Rural Centro e Beef Tec entre 6 e 7 de maio em Campo Grande, capital sul-mato-grossense. A participação da Sementes Bonamigo no evento trará ainda um lançamento para o mercado de sementes peletizadas, cujos detalhes ainda serão divulgados.

Rural Centro

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