A cadeia do leite no Rio Grande do Sul, depois de muitos atritos, conseguiu evoluir criando uma relação de entrosamento e discussão técnica com a instalação do CONSELEITE - um conselho paritário, integrado por produtores e indústrias, que mensalmente avalia a formação dos preços, a partir do custo de produção da matéria prima e de industrialização. Avançou também ao participar da instituição do FUNDESA, fundo que tem por finalidade garantir a defesa e realização de ações de desenvolvimento da cadeia.
Estando o FUNDESA estruturado e com recursos importantes, a cadeia reunida no CONSELEITE entendeu a importância da criação de uma entidade com agilidade e competência para elaborar e executar os projetos pensados pela cadeia. Nesse sentido, contratou uma consultoria para elaboração de um diagnóstico do setor e o esboço da entidade que se denominaria “CENTRO DE INTELIGÊNCIA DO LEITE”.
Por reconhecer a importância da participação da autoridade pública, em especial no que se refere às questões de defesa sanitária, o projeto foi apresentado a órgãos do Governo do Estado, SEAPA e SEFAZ. Entretanto, as intenções da cadeia produtiva do leite foram distorcidas, desencadeando a criação de um novo tributo para o leite do Rio Grande do Sul, através do FUNDOLEITE. Fundo que estabeleceu a gestão dos recursos por deliberação de conselho em que o voto de decisão cabe ao Secretário de Agricultura, através de uma entidade com constituição específica a ser conveniada.
As mesmas pessoas que capitanearam a criação do indesejado tributo, de forma ditatorial e atropelada, se impuseram no anúncio veiculado na mídia da criação do ”IGL – Instituto Gaúcho do Leite”, com o fim de gerir os recursos públicos, do contribuinte, carreados ao FUNDOLEITE. Entidade que não respeita os princípios do interesse coletivo da representatividade e participação de todos os interessados, privilegiando o interesse individual, de representação única e própria da pessoa que a integra.
É lamentável que uma cadeia bem organizada tenha sido cindida por atitudes levianas, impostas pelo oportunismo político, sem critério da ressalva ética, ocasionando a vantagem pessoal.
Acreditando nas instituições, esperamos que as coisas sejam realinhadas e prepondere o interesse da cadeia do leite com a participação de todos e para todos.
Jorge Luiz Machado Rodrigues
Presidente da Comissão do Leite da Farsul
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