Raleio garante qualidade aos citros e renda aos produtores do Vale do Rio Pardo

Importante produtor de citros do Rio Grande do Sul, o Vale do Rio Pardo mantém o raleio das frutinhas verdes como a principal atividade nesta época. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Acar, o raleio das frutinhas verdes é fundamental para dar qualidade às bergamotas. Como as variedades de bergamotas do grupo das comuns têm maturação escalonada, seu desenvolvimento também é diferente, e a sequência do raleio segue a da maturação, ou seja, das variedades Caí, Pareci e Montenegrina. Atualmente, o raleio da bergamota Caí está finalizado e o da variedade Pareci está pela metade. Já o raleio da Montenegrina é intensificado e atinge 30% das plantas na região.
 
raleio significa a retirada de parte das frutas verdes no início do crescimento, permitindo um melhor desenvolvimento das frutas, atingindo um diâmetro maior e com melhor qualidade. A maior parte dos produtores de citros realiza uma poda junto com o raleio, abrindo a planta e permitindo a entrada de luz na copa.
 
Interessante destacar que as bergamotinhas verdes retiradas no raleio são comercializadas para indústrias localizadas no Vale do Caí, que extraem o óleo da casca, utilizado na indústria de perfumes, produtos de higiene e limpeza e por indústrias de alimentos e refrigerantes. O óleo essencial extraído da bergamota é um produto único no mundo, exclusivo da região do Vale do Caí.
 
O preço médio recebido pelos citricultores para a caixa de 25 kg de bergamotinha verde está em ascensão. Os citricultores recebiam em média R$ 5,20 no início do período de raleio e agora estão recebendo a média R$ 5,50. O preço pago neste ano está bem maior do que o preço pago na mesma época em 2013, que era de R$ 3,75. Um dos motivos da elevação do preço da bergamotinha verde é a entrada no mercado da Coofrutaf (Cooperativa dos Fruticultores da Agricultura Familiar), com abrangência no Vale do Taquari, que pelo terceiro ano está realizando o processamento da bergamotinha verde dos associados, pagando valores superiores aos das demais indústrias. O preço pago aos associados nesta safra pela Coofrutaf é de R$ 6,25 para a caixa de 25 kg. Além deste valor, os cooperados receberão um adicional conforme os valores apurados com a venda do óleo essencial.
 
GRÃOS DE VERÃO
Os produtores de arroz aceleraram os trabalhos da colheita, que alcança 76% do total semeado. O produto colhido apresenta boa qualidade e os grãos, bom rendimento no engenho. As produtividades alcançadas seguem dentro do esperado, que é de 7.880 kg/ha.
 
A cultura do feijão 2ª safra segue com bom desenvolvimento e bom potencial produtivo. Na região Central do RS, são colhidas as primeiras lavouras do feijão 2ª safra, com rendimentos médios de 1.400 kg/ha.
 
A colheita do milho atinge 64% da área, tendo ainda 16% da área em condições para tantoAs produtividades têm surpreendido positivamente, com os produtores gaúchos recolhendo quantidades acima do esperado. Assim, é possível que ao final da colheita a média estadual, que agora se situa ao redor 5,5 mil kg/ha, seja revisada para cima. As áreas de milho implantadas fora do período recomendado estão em desenvolvimento vegetativo e também apresentam muito bom aspecto visual.
 
A colheita da soja avançou de forma acelerada no RS, pelo clima quente e seco durante boa parte dos últimos dias. O percentual de área colhida chega a 57% do total, sendo que outros 32% já se encontram prontos para serem ceifados. A rápida e recente perda de umidade tem causado, em alguns casos, pequenas perdas por debulha na plataforma de corte. Nesse cenário, as produtividades obtidas variam, dentro de um mesmo município, de 15 a 70 sacas por hectare. Em termos gerais, a média ainda fica dentro das estimativas, que é de 2.701 kg/ha.
 
FORRAGEIRAS E CRIAÇÕES
Temperaturas elevadas e a disponibilidade de água no solo favorecem o desempenho das pastagens anuais e perenes cultivadas. Em alguns municípios, existe uma produção muito alta de matéria verde, ocorrendo sobra de pasto, que vai exigir dos produtores intensificação do pastoreio pelos rebanhos e/ou produção de feno. Entretanto, em algumas propriedades, embora com boa oferta de matéria seca, o campo nativo começa a dar sinais de fim de ciclo das espécies de verão.
 
Pesca Artesanal – Na região de Pelotas, os pescadores da localidade de Santa Isabel, na Lagoa Mirim, intensificam a pesca de diversas espécies, preparando para a Semana Santa, devido ao grande volume de demanda de pescado nesta época do ano. Os pescadores desta região do Estado estão muito preocupados com o pequeno volume de pescado capturado até o momento. A tendência é de baixa oferta de pescado para a Semana Santa.
 
Na Lagoa dos Patos, devido à baixa salinização da água, a produção de peixes está muito abaixo da esperada, o que preocupa os pescadores. A safra do camarão também está prejudicada, em virtude do clima desfavorável para o desenvolvimento destes crustáceos. O preço do camarão com casca está em torno de R$ 8,00/kg no município de Rio Grande e de R$ 10,00/kg no município de Tavares, e o camarão descascado está sendo comercializado em média a R$ 30,00/kg.

EMATER 

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