Ocergs sugere medidas ao novo governo do Rio Grande do Sul

Meta é criar propostas que não onerem o Estado, disse Perius (e)
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FREDY VIEIRA/JC
Dirigentes da Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Ocergs) reuniram-se, na quinta, 06/11, com o governador eleito do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), para apresentar reivindicações junto ao futuro governo. No almoço, em que também estavam presentes outras lideranças políticas, como o presidente do partido no Estado, Edson Brum, os representantes do cooperativismo levantaram questões que envolviam o setor, para a melhoria em várias áreas e, principalmente, a criação de uma subsecretaria própria para as organizações, que tiveram receita de R$ 28,1 bilhões em 2013 e envolvem 2,46 milhões de associados. 

Segundo o Jornal do Comércio , a proposta da Ocergs, ,  que a princípio reivindicava uma secretaria exclusiva para o setor, a subsecretaria para o cooperativismo poderia ser parte de uma nova pasta, unificando a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), onde está alocado atualmente o Departamento de Cooperativismo (Dcoop), e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa). O recuo seria reflexo de predisposição do governo em diminuir o número de secretarias como forma de economia.

“São, acima de tudo, sugestões que fazemos ao governo, que terá no cooperativismo um parceiro. A meta fundamental é criar propostas que não onerem o Estado, pois sabemos da situação das finanças estaduais”, afirmou o presidente da Ocergs, Vergilio Perius. “Já gostei que vocês sabem das dificuldades e não me pediram uma secretaria própria, porque se fossemos atender a todos os pedidos teríamos de ter 301 secretarias”, brincou Sartori, que não se posicionou a respeito da possível fusão de pastas, deixando a decisão para o transcorrer do período de transição.

Outra reivindicação mais forte diz respeito à atuação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que estaria, segundo as cooperativas, demorando, em alguns casos, até três anos para emitir pareceres de processos, muitas vezes, negativos, principalmente relacionados à construção de depósitos de defensivos para as cooperativas agrícolas e à implementação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Além de maior agilidade, a Ocergs também solicitou assentos no órgão, assim como na Junta Comercial (Jucergs) e na Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs). 

“A questão ambiental é séria e positiva, e temos que garanti-la para garantir o próprio futuro do planeta. Mas precisamos mudar os critérios, os organismos estaduais têm de ser executores, não se pode transformar os licenciamentos em julgamentos”, comentou Sartori sobre o assunto. Segundo a Fepam, quase metade dos empreendimentos que seguem em análise estariam, na verdade, aguardando a complementação de informações e, quanto aos depósitos de agrotóxicos, o prazo mais largo ocorreria porque os projetos não respeitariam os 30 metros obrigatórios de distância das residências.

Outras propostas defendidas pela Ocergs dizem respeito a um Ensino Médio mais profissionalizante e a criação de cursos voltados à tecnologia na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), atualmente dedicada às ciências humanas, sugestão que recebeu apoio do futuro governador. Também foram solicitados apoios junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a inclusão do cooperativismo no Programa Jovem Aprendiz, já que dois mil estudantes estagiariam atualmente nas cooperativas gaúchas, e à busca de financiamento para construção de redes trifásicas para o Interior.

Integram ainda o pleito, que contém, no total, 10 pontos, o investimento nos modais hidroviário e ferroviário, sugerindo, por exemplo, parceria com a ALL, operadora das ferrovias gaúchas, para que o transporte no modal não sofra variação do preço durante a safra, uma vez que as cooperativas representam 74% dos grãos produzidos no Rio Grande do Sul. Um viaduto no cruzamento das ferrovias e rodovias em Rio Grande e um superintendente com visão “mais desenvolvimentista” também fazem parte do documento.

A possibilidade de que o funcionalismo público receba em cooperativas de crédito e possa usufruir, em parceria com o IPE, de planos odontológicos e atendimento médico de cooperativas de saúde também estão entre os pedidos, completados pelo apoio, com recursos federais, para que as cooperativas de transporte possam comprar caminhões novos pelo crédito Procaminhoneiro. Atualmente, 47% da frota gaúcha teria mais de 20 anos de uso, que poluiriam 85% a mais com capacidade de apenas 50% de carga dos modelos mais modernos.

Após a apresentação, o governador eleito afirmou que pretende marcar uma reunião entre a sua equipe de transição, técnicos estaduais e a direção das cooperativas para estudar a aplicação das propostas. Perante um público quase todo formado por dirigentes de entidades com sede no Interior, Sartori também defendeu a descentralização do sistema de saúde e a criação de planos de desenvolvimento regionais, valorizando as vocações econômicas de cada.região do Estado.


Vida no Campo com informações do Jornal do Comércio 

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