A preocupação com um dos principais insumos da agricultura – a água - é o foco da parcela Saneamento Ambiental, apresentada pela Emater/RS-Ascar na Expoagro Afubra 2015, iniciada nesta terça-feira (24) e que prossegue até quinta-feira, na localidade de Rincão Del Rey, em Rio Pardo. No local, os visitantes podem aprender como purificar a água antes do consumo, como tratar a água do banho e das pias de casa e como transformar o esgoto gerado na residência em adubo para as lavouras, além de como construir uma proteção para as fontes de água existentes na propriedade.
Desenvolvida em parceria com a Embrapa, a parcela temática traz um modelo de fossa séptica que transforma os dejetos humanos em adubo orgânico isento de germes patogênicos, através do processo de biodigestão. O sistema, formado por duas ou mais caixas de biodigestão, pode substituir as fossas negras, que contaminam o lençol freático, poços e fontes. “Este modelo de fossa funciona com esterco de vaca ou de outros ruminantes, que é adicionado no início do processo para ajudar na fermentação da matéria orgânica”, explica a extensionista da Emater/RS-Ascar Paula Sabrina Mallmann. Para dar vazão ao gás metano produzido durante o tratamento dos efluentes, cada caixa possui um respiro. O produto resultante, conforme Paula, é utilizado nas lavouras. “Leva de 25 a 30 dias para transformar os dejetos em adubo rico em nitrogênio, fósforo e potássio”, afirma a extensionista.
Além da fossa séptica, a Emater/RS-Ascar apresenta na parcela do Saneamento Ambiental um sistema de tratamento de águas residuárias, também chamadas de águas cinzentas (oriundas da pia, chuveiro, tanque etc), que utiliza plantas aquáticas em substratos como areia para fazer a limpeza da água. “São plantas que, com auxílio de camadas de areia e brita, agem como filtros naturais”, explica Paula. A água tratada pode ser descartada ou utilizada na limpeza de galpões.
Outro destaque da parcela é a proteção de nascentes, trabalho executado pela Emater/RS-Ascar com o seu público assistido. “O objetivo é não deixar a água que aflora do solo exposta ao contato com animais, terra e folhas, interferindo o mínimo possível nas fontes”, pontua Elimar dos Santos, técnico da Emater/RS-Ascar de Passa Sete. Conforme Santos, além da construção de uma mureta de proteção com canos de PVC que permitam o fluxo de água para uso na propriedade e para o escoamento do excesso, também é importante fazer o cercamento do entorno da nascente, utilizando uma cerca de arame e plantas nativas. Para tapar a fonte, Santos recomenda a utilização de concreto, laje de areia ou uma camada plástica revestida de grama.
Júlio Fiori/Ascom-Emater/RS
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