Inicia obra de restauro do casarão Veronese.

divulgação

No inicio do mês de abril, em uma cerimônia marcada pela emoção foi realizado o lançamento das obras de restauração do Casarão dos Veronese, em Otávio Rocha. A construção foi tombada pelo patrimônio histórico estadual em 1986 e a reforma será realizada com recursos provenientes da lei estadual de incentivo à cultura, com patrocínio das empresas Florense e Keko.
  O Casarão representa com fidelidade a arquitetura da imigração italiana, que teve seu início oficialmente no Estado em 1875. No lançamento esteve presente a diretora do Iphae do Rio Grande do Sul, Mirian Sartori Rodrigues; o assessor técnico da Secretaria Estadual da Cultura, João Tonuz; o prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna; o Presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Antônio Pereira dos Santos, os representantes da empresa Keko Acessórios, Leandro Mantovani, e da empresa Florense, Mateus Corradi, patrocinadores do projeto cultural; o deputado federal Mauro Pereira, descendentes da família Veronese, secretários municipais, vereadores, entre outras autoridades. O coral Nova Trento animou a festividade com música típica italiana.
    Em sua fala o prefeito, Lídio Scortegagna, destacou a importância de ações culturais que realizem o resgate da história da migração italiana na região. “Não vamos medir esforços para deixar este legado ao nosso Estado porque o Casarão é patrimônio histórico-cultural do Rio Grande do Sul. Para isso é importante o envolvimento de nossa comunidade”, afirmou.
  Construída em 1898 pelo imigrante italiano Felice Veronese, a edificação possui suas paredes externas de pedra aparente, construídas em basalto talhado, regular e irregular, com assentamento em barro. As paredes internas são de alvenaria. Os tijolos, assentados com terra, areia e cal. O Casarão apresenta planta retangular e telhado de duas águas, com dois pavimentos e sótão. Os entrepisos são de madeira com barroteamento e assoalho de tábuas.Tem uma área aproximada de 900 metros quadrados. 
  Felice Veronese chegou ao Brasil em 1882, vindo do norte da Itália, e se tornou o maior produtor de vinho da região. Ao constituir família, construiu o casarão, que abrigou também uma cantina doméstica para produção de vinhos, e posteriormente, uma pequena fábrica de pólvora e foguetes, fundada pelos filhos de Felice. O Casarão foi ainda sede da fábrica de produtos químicos com o aproveitamento de material descartável da indústria vinícola regional. O Casarão foi vendido à família Schio, que por sua vez o repassou à família Galioto. Atualmente pertence ao Município de Flores da Cunha.
    Felice Veronese, fez parte de um grupo oriundo de pequenas cidades no entorno de Schio/Vicenza, destacando-se as famílias Ruaro, Scortegagna, Panizzon, Verza, Vizentin, Fochezatto, Smiderle, Galiotto, Bortoloso, Masarotto, Magnabosco, Casarotto, Gresele e outras. Por estar localizado junto a via de passagem dos imigrantes que se dirigiam à Antonio Prado, muitas famílias já estabelecidas tiveram filhos que partiram para se inscrever e receber novas terras em Antonio Prado. Era a passagem por Alfredo Chaves e passo do Simão. 
     O local contará com um museu com salas temáticas sobre uva/vinho, milho/ polenta, trigo/pão. Recriará o quarto de colônia, da moenda (retratando como era extraído o mosto da cana-de-açúcar), do forno à lenha e do alambique (para a preparação de graspa), além de resgatar aspectos da família Veronese. A casa centenária terá, ainda, espaços multiusos que servirão para reuniões, cursos e apresentações artísticas, e um espaço gastronômico onde serão servidas pequenas refeições da culinária italiana.

Comentários