A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) anunciou, em coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem, na sede da entidade, a prorrogação do pagamento de financiamentos de custeio junto ao Banco do Brasil. As duas primeiras parcelas de um total de quatro, que venceriam em julho e agosto, foram remanejadas para novembro e dezembro, após 20 dias de negociações com a instituição financeira e os ministérios da Agricultura e da Fazenda. A medida vale para as culturas de soja, milho e arroz. Em breve, deve ser finalizado acordo nas mesmas bases com os bancos privados.
Um dos objetivos é evitar que o produtor rural tenha problemas na obtenção de crédito para a próximo ciclo, uma vez que os R$ 187 bilhões do Plano Safra 2015/16 estarão disponíveis a partir de julho. "Dessa maneira, mantemos o agricultor adimplente, com condições de fazer novos contratos para a safra que está chegando", explicou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto. Os produtores interessados podem fazer a solicitação da prorrogação nas agências do Banco do Brasil imediatamente, respeitando a taxa de juros de 6,5% vigente nos contratos.
Embora favoreça a todas as culturas de verão, a mudança beneficia principalmente os arrozeiros. Sem os recursos de pré-custeio e observando a aproximação da data de vencimento da primeira parcela, o produtor estaria ofertando arroz em abundância, o que tem levado a redução dos preços do grão, segundo a Farsul. Por outro lado, com a prorrogação das duas primeiras parcelas, a comercialização deve ser flexibilizada, pois o produtor não necessitará dos recursos imediatamente e poderá armazenar para vender a valores mais atrativos em seguida. "O agricultor terá mais tempo hábil para realizar a comercialização", completa Sperotto.
A negociação ainda permitirá o alongamento da parcela de 2015 da renegociação da dívida de arrozeiros em 10 anos, conforme definida por resolução do Banco Central. O vencimento passará para o ano posterior ao da última parcela fixada. Além disso, serão disponibilizados R$ 200 milhões para apoio à comercialização a título de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEPM). A Farsul segue em conversação com as demais instituições financeiras e a expectativa é de que os acordos sejam firmados até o fim da semana nas mesmas diretrizes ajustadas com o Banco do Brasil.
Demanda externa deverá recuperar os preços do arroz
Na ocasião, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, evitou utilizar a palavra "crise" para definir o momento do setor, mas afirmou que a saca do grão teve queda de 8% desde fevereiro. "O momento inspira cuidado pela perda de liquidez do arroz. Além disso, a indústria está com restrição de crédito e solicita mais prazos de pagamento", destacou.
De acordo com Dornelles, a situação é agravada pelos altos custos de produção, que giram em torno de R$ 6 mil por hectare. "Temos o maior custo de produção do mundo, com impostos na casa de 30,2%. O problema não é conjuntural, é estrutural", reclama.
Segundo o economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, a produção mundial de arroz deve ser menor do que o consumo pelo terceiro ano consecutivo em 2016. "Tínhamos tudo para acreditar que teríamos mais um ano maravilhoso para o arroz por esse motivo", afirmou.Entretanto, a Tailândia, um dos maiores exportadores do mundo, deflagrou um processo de venda dos seus estoques públicos associado a uma desvalorização da sua moeda, o que baixou os preços de US$ 12 para U$S 9. Além disso, a ausência dos recursos de pré-custeio obrigou o produtor brasileiro a ofertar antes do que é usualmente feito.
A partir de agora, com o alongamento das parcelas de custeio com vencimento em julho e agosto para novembro e dezembro, as entidades do setor pretendem recuperar os preços. De acordo com Dornelles, a demanda internacional pelo arroz brasileiro também deve colaborar para a estabilização desse mercado. Um acordo de venda para o México, com potencial de 60 mil toneladas por mês, deve ser selado em breve.
"Precisamos que o produtor fique mais tranquilo e não oferte tanto agora. Em breve, com um dinamismo maior do mercado exterior, fatalmente os preços serão ampliados", diz o dirigente. Dornelles destaca ainda que as exportações devem ganhar força depois de julho, quando a soja passa a ocupar menos espaços nos terminais.
Fonte: JC-RS
Um dos objetivos é evitar que o produtor rural tenha problemas na obtenção de crédito para a próximo ciclo, uma vez que os R$ 187 bilhões do Plano Safra 2015/16 estarão disponíveis a partir de julho. "Dessa maneira, mantemos o agricultor adimplente, com condições de fazer novos contratos para a safra que está chegando", explicou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto. Os produtores interessados podem fazer a solicitação da prorrogação nas agências do Banco do Brasil imediatamente, respeitando a taxa de juros de 6,5% vigente nos contratos.
Embora favoreça a todas as culturas de verão, a mudança beneficia principalmente os arrozeiros. Sem os recursos de pré-custeio e observando a aproximação da data de vencimento da primeira parcela, o produtor estaria ofertando arroz em abundância, o que tem levado a redução dos preços do grão, segundo a Farsul. Por outro lado, com a prorrogação das duas primeiras parcelas, a comercialização deve ser flexibilizada, pois o produtor não necessitará dos recursos imediatamente e poderá armazenar para vender a valores mais atrativos em seguida. "O agricultor terá mais tempo hábil para realizar a comercialização", completa Sperotto.
A negociação ainda permitirá o alongamento da parcela de 2015 da renegociação da dívida de arrozeiros em 10 anos, conforme definida por resolução do Banco Central. O vencimento passará para o ano posterior ao da última parcela fixada. Além disso, serão disponibilizados R$ 200 milhões para apoio à comercialização a título de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEPM). A Farsul segue em conversação com as demais instituições financeiras e a expectativa é de que os acordos sejam firmados até o fim da semana nas mesmas diretrizes ajustadas com o Banco do Brasil.
Demanda externa deverá recuperar os preços do arroz
Na ocasião, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, evitou utilizar a palavra "crise" para definir o momento do setor, mas afirmou que a saca do grão teve queda de 8% desde fevereiro. "O momento inspira cuidado pela perda de liquidez do arroz. Além disso, a indústria está com restrição de crédito e solicita mais prazos de pagamento", destacou.
De acordo com Dornelles, a situação é agravada pelos altos custos de produção, que giram em torno de R$ 6 mil por hectare. "Temos o maior custo de produção do mundo, com impostos na casa de 30,2%. O problema não é conjuntural, é estrutural", reclama.
Segundo o economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, a produção mundial de arroz deve ser menor do que o consumo pelo terceiro ano consecutivo em 2016. "Tínhamos tudo para acreditar que teríamos mais um ano maravilhoso para o arroz por esse motivo", afirmou.Entretanto, a Tailândia, um dos maiores exportadores do mundo, deflagrou um processo de venda dos seus estoques públicos associado a uma desvalorização da sua moeda, o que baixou os preços de US$ 12 para U$S 9. Além disso, a ausência dos recursos de pré-custeio obrigou o produtor brasileiro a ofertar antes do que é usualmente feito.
A partir de agora, com o alongamento das parcelas de custeio com vencimento em julho e agosto para novembro e dezembro, as entidades do setor pretendem recuperar os preços. De acordo com Dornelles, a demanda internacional pelo arroz brasileiro também deve colaborar para a estabilização desse mercado. Um acordo de venda para o México, com potencial de 60 mil toneladas por mês, deve ser selado em breve.
"Precisamos que o produtor fique mais tranquilo e não oferte tanto agora. Em breve, com um dinamismo maior do mercado exterior, fatalmente os preços serão ampliados", diz o dirigente. Dornelles destaca ainda que as exportações devem ganhar força depois de julho, quando a soja passa a ocupar menos espaços nos terminais.
Fonte: JC-RS
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