Mais 4 pessoas são presas por fraudar a cadeia produtiva do leite, desta vez em Esmeralda

MARJULIE MARTINI/MPRS/DIVULGAÇÃO/JC
Segundo Matéria publicada hoje, no Jornal do Comércio, RS,  mais quatro pessoas se somaram, na quinta-feira, à extensa lista de prisões desde o início das operações Leite Compensado no Estado, acusadas de fraudar a cadeia produtiva do leite. "Desta vez, a nona etapa das investigações chegou à transportadora Marcio Fachinello, de Esmeralda, nos Campos de Cima do Serra, que adulterava leite azedo com água e bicarbonato de sódio para aumentar o volume e mascarar produto em deterioração. O dono da empresa, Márcio Fachinello, e três motoristas, Tiago da Luz Pereira, Claudiomir Rodrigues de Souza e João Paulo Alves da Silva, foram presos preventivamente e poderão responder por crime organizado e por adulteração de produto alimentício", destaca a matéria.

O Ministério Público gaúcho foi quem deflagrou a operação junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Receita Estadual e Brigada Militar e as investigações já duraram quatro meses. "Além das prisões, também foram cumpridos cinco mandados de busca. Foram apreendidos quatro caminhões da empresa, além de sacas de bicarbonato de sódio e documentação que comprova a venda de leite com acidez elevada em virtude da deterioração do produto coletado junto aos produtores.", 

Segundo a matéria do JC, a transportadora recolhia entre 40 e 50 mil litros de leite cru diariamente junto aos produtores de vários municípios da região. As investigações dão conta de que os suspeitos coletavam leite com até sete dias de prazo entre a ordenha e a coleta - o máximo permitido pela regulamentação do Mapa é de 48 horas. Leite e derivados produzidos a partir da matéria-prima fraudada ficam comprometidos quanto ao seu valor nutritivo, pois a sua degradação natural faz com que os principais nutrientes - vitaminas, sais minerais e proteínas - tenham seus valores bem abaixo dos padrões estipulados

Também conforme a matéria, a rastreabilidade do produto, ou seja, o local para onde foi vendido e com que marca chegou à mesa dos consumidores, será realizada pelo Mapa. Em entrevista coletiva, o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho comentou sobre os resultados.

"Uma análise superficial de documentos apreendidos constatou que a laticínios Unibom, destinatária do leite, rejeitou algumas cargas, que, segundo o próprio Márcio Fachinello, foram encaminhadas para uma queijaria", afirmou o promotor, que é um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo Segurança Alimentar.

O outro coordenador do grupo, promotor Mauro Rockenbach, também apontou o sucesso da operação. "Desta vez, encontramos o fluxo da fraude na casa do dono da transportadora: do lado de fora de um paiol, um tonel com água para a diluição do produto químico; do lado de dentro, o bicarbonato de sódio usado para mascarar a acidez do leite, e em frente à residência, dois dos quatro caminhões onde a mistura era depositada", comentou. Outros dois homens, um deles pai de Márcio Fachinello, também foram presos em flagrante por posse ilegal de arma.

Apoiando a operação  o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindilat) emitiu nota de   repudio a fraude. "Qualquer ação de adulteração deve ser vista como um ato de agressão à saúde humana e punida com o rigor da lei", afirma a nota. O Sindilat também afirma que suas empresas associadas primam pela qualidade do leite e investem em equipamentos para controle das cargas de leite para "coibir quaisquer movimentos que, mesmo externos à indústria, possam ameaçar a produção de lácteos".


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