foto: Marilita Calgaro Scapinelo |
Acordar cedo, tratar os animais, arar o campo, plantar, cultivar, colher, vender. A rotina de quem vive da agricultura não é nada fácil, mas pode ser recompensadora quando a família trabalha unida, coordenando o próprio negócio e fazendo algo importante para a sociedade, que é a produção de alimentos.
Apesar das dificuldades, e da concorrência com os grandes produtores, a agricultura familiar ainda resiste no Brasil. Dados do Censo Agropecuário de 2012 revelam que há no país 4.366.267 propriedades rurais familiares, que envolvem mais de 12 milhões de pessoas no trabalho. Este total representa 84% das propriedades rurais do Brasil, mas alcança apenas 33% da produção.
Para incentivar as famílias, principalmente os jovens, a permanecerem no campo o Governo Ferderal mantém um conjunto de políticas públicas que dão acesso ao crédito para aquisição de equipamentos e maquinário, e oferece capacitações para aperfeiçoar e sistematizar o trabalho.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário reconhece que existe uma concorrência desleal com as grandes indústrias, e aponta que o caminho para vencer essa concorrência é a união dos produtores rurais através de cooperativas. E a realidade é essa: quanto mais isolado o produtor familiar estiver, mais dificuldades enfrentará. Por isso é importante que estas famílias se unam em cooperativas ou associações. Através destas, são capazes de obter vantagens tanto na comercialização de seus produtos, quanto na compra de material, utilizando-se da forma da compra coletiva.
A agroindústria familiar também tem dificuldade de cumprir exigências, mesmo com um produto de boa qualidade e assessoria técnica, muitas vezes encontra dificuldade para ter certificação e vender seus produtos.
Mas há muitas razões para que os jovens deem continuidade ao trabalho da família no campo. Ele nasceu ali, cresceu no campo e aprendeu com pai, mãe e avós a fazer o trabalho e com orgulho pode dar continuidade. Além disso, poderá viver na natureza, coordenar seu próprio negócio, e estará fazendo algo importante para a sociedade.
Se souber investir e se profissionalizar, a renda do produtor rural pode ser maior do que a renda que obterá na cidade, sem contar que a qualidade de vida é bem superior.
Entre os incentivos do Governo para o Agricultor Familiar, destacamos:
• Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País.
• Sistema Único de Sanidade Agropecuária – Suasa, sistema de inspeção sanitária que permite a legalização e implementação de novas agroindústrias, o que facilita a comercialização dos produtos industrializados localmente no mercado formal em todo o território brasileiro. Com isso, o Suasa impulsiona a geração de postos de trabalhos e de renda entre as famílias envolvidas no processo produtivo.
• Assistência Técnica de Extensão Rural – a ATER, que visa melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias rurais, por meio do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável. Em Antônio Prado e Ipê, a Cooperativa Agroindustrial Pradense ( Cooprado) através da FECOVINHO, disponibiliza acesso a ATER. O trabalho é desenvolvido pela Engenheira Agrônoma Andréia Vizentin Carra, a qual atende 24 famílias com visitas a propriedade, encontros coletivos e viagens técnicas. Para ter acesso a ATER, a família agrícola deverá cadastrar-se junto a Cooprado ou a Fecovinho.
• Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, que compra produtos das famílias rurais para utilizar na merenda escolar e distribuir nas camadas mais pobres da sociedade. Neste programa o agricultor vende para o próprio Governo.
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