Rio Leão |
A cerca de dez dias, os moradores da rua sete de setembro, no bairro Fátima, andam se queixando de um forte cheiro de esgoto. O odor este que, aparentemente, não havia causa. Até que no final de semana houve um aumento e constatou-se uma severa poluição por efluentes domésticos e industriais em arroio que desemboca no rio Leão. A água escura, cheia de espuma, gordura, material orgânico e lodo está aos poucos matando o ecossistema do arroio e do rio
A situação está preocupante, pois ela se alastra a mais de três anos. Com agravamento a partir de 2014, quando algo parecido ocorreu. Após problemas na estação de tratamento de uma empresa, toda a extensão do afluente ficou tomada por uma espécie de espuma gordurosa. A partir daí, sempre nessa época do ano, (meses de Fevereiro e Março) aparece grande quantidade de efluentes, que são despejados de maneira irrefreada no meio, sem nenhuma espécie de triagem, cuidado e tratamento intermediário. “Durante todo o ano há a aparecimento de pequenas porções, que deixam o rio cheio de espuma e com cheiro forte”, afirma Vanderlei Camatti, que chegou a documentar e registrar em fotos todas as vezes que o arroio apresentava alguma poluição.
Para o Vitivinicultor Olímpio Bortolotto, que na infância tomava banho no arroio que passa pela chácara onde mora, ver o estado que se encontra o riacho é avassalador. “Enquanto eu tiver uma gota de sangue, vou defender esse arroio. Nos últimos dez anos busco uma solução. E continuamos convivendo com cheiro podre, vendo os peixes morrerem aos poucos e essa água escura. Mas até agora ninguém fez nada. O que nós podemos fazer? O que você pode fazer?”, questiona e lamenta pela falta de solução.
Por ser afluente do rio Leão, os efluentes poluidores estão se alastrando e comprometendo todo o ecossistema, matando o pouco que resta, pois todo o esgoto da cidade está sendo despejado neste, que consequentemente leva para o Rio das Antas.
A poluição deste com efluentes líquidos não tratados, não compromete somente a economia dos atingidos diretamente, mas pode comprometer gravemente, não só o ecossistema, mas também a saúde pública. A água poluída provoca doenças como cólera, disenteria, meningite, amebíase e hepatites A e B. Já os efluentes industriais que poluem os rios podem causar contaminação por metais pesados, provocando tumores hepáticos e de tireoide, rinites alérgicas, dermatoses e alterações neurológicas.
A fiscalização Municipal do Meio Ambiente foi acionada, esteve no local realizando levantamento e encaminhou a denúncia para a Fundação Estadual de proteção Ambiental (FEPAM). Em contato, com esta, foi confirmado o recebimento da denúncia e o encaminhamento para abertura de processo. A atendente não soube precisar, quando será realizada a fiscalização pelo órgão estadual.
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